Empresário de MC Paiva Preso em Operação Contra Rede de Agiotagem do PCC

São Paulo — Sedemir Fagundes, empresário do MC Paiva, foi preso em Santa Catarina durante a Operação Khalifa, deflagrada nesta terça-feira (7/5) para combater uma rede de agiotagem comandada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). As investigações do Ministério Público de São Paulo (MPSP) não apontaram o envolvimento de MC Paiva no esquema.

Nas redes sociais, Fagundes exibia uma vida de luxo, com fotos em carros importados, motos aquáticas, lanchas e aviões. Ele também promoveu campanhas de doação para vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. No entanto, segundo o MPSP, ele era um dos líderes de um esquema de agiotagem que cobrava juros de 10% a 300% ao mês.

A prisão de Fagundes foi realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Santa Catarina. As investigações do MPSP revelaram que a rede de agiotagem atuava em várias cidades do estado de São Paulo, incluindo São Paulo, Mogi das Cruzes, Arujá, Suzano, Poá, Santa Isabel e São José dos Campos. Os suspeitos emprestavam dinheiro a terceiros com juros abusivos e, em caso de inadimplência, usavam extorsão e ameaças para cobrar os devedores.

Durante a operação, foram apreendidas seis armas, incluindo um fuzil Taurus T4, uma espingarda e quatro pistolas, além de munições, R$ 35.966 em espécie, R$ 30 mil em cheques, joias, relógios de luxo, cinco computadores e 16 celulares. O nome da operação faz referência ao Burj Khalifa, em Dubai, aludindo às viagens internacionais ostentadas pelos investigados.

A operação, que contou com o apoio do Comando de Policiamento de Choque, prendeu nove suspeitos, sendo que dois ainda estão foragidos. O esquema de agiotagem movimentou cerca de R$ 20 milhões em empréstimos no ano passado, afetando principalmente empresários de médio porte da região do Alto Tietê. As práticas incluíam cobrança de taxas por inadimplência, ameaças, extorsão, sequestro de bens e restrição de liberdade dos devedores.

O promotor Frederico Vieira, do Gaeco de Guarulhos, destacou a importância da investigação para desmantelar o braço financeiro do PCC, que vem adotando práticas mais lucrativas e menos violentas, embora sem abandonar outras atividades criminosas. Segundo o MPSP, o grupo de agiotagem inclui indivíduos com histórico criminal extenso e outros especializados em empréstimos ilegais, com atividades documentadas desde 2020 e 2021.

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